Sem querer percebo um padrão: Uma postagem me levando a outra. O “Cantigas
de Abraçar” me levou ao “ConSertão” por causa do Elomar e este me levou a Heraldo
do Monte:
Heraldo nasceu no Recife e começou na música tocando clarineta no colégio. A
clarineta era o único instrumento disponível e com ele Heraldo lutou por uma
semana sem conseguir tirar qualquer som. Até que seu professor, ligeiramente
irritado, empunhou o instrumento para lhe mostrar como tocar e percebesse que
havia algo errado. Um colega, pregando uma peça, havia enfiado uma flanela no
tubo da clarineta.
Heraldo seguiu seus estudos no instrumento e logo sentiu a necessidade de um
instrumento harmônico. Usando os métodos para clarineta aprendeu sozinho a
tocar o violão, intuindo os acordes.
Aprendeu também a tocar cavaquinho e viola caipira e comprou uma guitarra
para começar a ganhar a vida tocando nas casas noturnas de Recife. Pouco tempo
depois partiu para São Paulo onde foi se empregou na TV Tupi acompanhando os
músicos que se apresentavam na emissora. No ano de 1966 entrou para o então Trio
Novo, que veio a se tornar um Quarteto Novo. Nesse quarteto tocavam
outros brilhantes músicos.
Heraldo tocava guitarra; Théo de Barros,
contrabaixo; Hermeto Pascoal, piano e flauta; Airto Moreira, bateria e
percussão. Com elementos jazzísticos numa sonoridade fortemente brasileira
(principalmente nordestina) introduziram elementos inovadores à música
instrumental feita à época.
O quarteto foi responsável pelos arranjos e a apresentação das músicas
Ponteio (Edu Lobo) e Disparada (parceria de Geraldo Vandré e Théo de Barros) em
festivais da Record. A convite de Edu Lobo, o quarteto parte para a Europa para
sua primeira turnê internacional. Com a ida de Airto Moreira para os EUA o
quarteto ainda se manteve por um curto período com o baterista Nenê.
Gravou três discos nos três anos seguintes ao fim do quarteto, 1970 a 1972.
Ainda na mesma década gravou o álbum O Violão de Heraldo do Monte. Só
voltaria a gravar quase dez anos mais tarde ao lado de Elomar, Paulo Moura e Arthur
Moreira Lima o disco ConSertão. Nos anos oitenta gravou ainda os discos:
Heraldo do Monte )1980 – que lhes é apresentado aqui), Cordas Mágicas
(1986), Cordas Vivas (1983) e, passada mais de uma década, gravou o
cd Viola Nordestina (2001).
Então preenchendo mais espaços, vai essa pérola da “Música Popular
Instrumental Brasileira”
Ficha técnica:
1. Forrozin
(Heraldo do Monte)
Heraldo do Monte: guitarra
Hermeto Pascoal: flauta
Edson José Alves: violão
Cláudio Bertrami: baixo
Dirceu: bateria
Ubiraci: percussão
2. Lamentos
(Pixinguinha / Vinicius de Moraes)
Heraldo do Monte: bandolim solo e quarteto de bandolins
Edson José Alves: violão
Gabriel: baixo
Dirceu: bateria
Pirituba: percussão
Theo: percussão
Ubiraci: percussão
Severino Gomes da Silva: trombone
Walter Batista Azevedo: trombone
3. Serenata
(Hermeto Pascoal)
Heraldo do Monte: bandolim e cavaquinho
Edson José Alves: violão
4. Pau de Arara
(Luiz Gonzaga / Guio de Moraes)
Heraldo do Monte: guitarra solo e viola
Hermeto Pascoal: flauta
Dominguinhos: acordeon
Cláudio Bertrami: baixo
Dirceu: bateria
Ubiraci: percussão
5. Chuva Morna
(Heraldo do Monte)
Heraldo do Monte: guitarra solo e voz
Edson José Alves: violão
Gabriel: baixo
Dirceu: bateria
Sebastião José Gilberto: trompete
Dorival Auriani: trompete
Geraldo Auriani: trompete
Severino Gomes da Silva: trombone
Walter Batista Azevedo: trombone
Hermeto Pascoal: voz
Dominguinhos: voz
6. Bebê
(Hermeto Pascoal)
Heraldo do Monte: guitarra solo
Cláudio Bertrami: baixo solo
Dirceu: bateria
Hermeto Pascoal: órgão
Edson José Alves: violão, ovation e quarteto de flautas
Ubiraci: percussão
7. Alienadinho
(Heraldo do Monte)
Heraldo do Monte: guitarra solo
Hermeto Pascoal: flauta
Edson José Alves: violão
Cláudio Bertrami: baixo
Dirceu: bateria
Ubiraci: percussão
arranjos de Heraldo do Monte, Cláudio Bertrami e Edson José Alves
produtor fonográfico: Estúdio Eldorado
coordenação artística: Aluízio Falcão
gerência artística: Murilo Pontes
direção de produção: Antônio de Vicenzo
técnico de gravação e mixagem: Flávio A. Barreira
capa: Severino
direção de arte: Ariel Severino
assistente de arte: Flávio Machado
gravado no Estúdio Eldorado, entre maio e agosto de 80
Senha para o arquivo: HM_1980
“Há braços”
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